quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Prática Mediúnica na Casa Espírita

Uma das tarefas de maior importância das instituições espíritas é a de orientar a prática da mediunidade, porque essa é uma faculdade inerente ao Espírito e pode manifestar-se em qualquer pessoa, independentemente da sua filiação religiosa. A manifestação da potencialidade mediúnica ostensiva pode produzir distúrbios do comportamento psicológico, orgânico ou mental e, se não houver a devida orientação, poderá provocar perturbações consideráveis na vida do indivíduo, envolvendo também sua família. A mediunidade é um instrumento de trabalho, cuja finalidade é levar o indivíduo ao progresso, pela contribuição que pode oferecer ao bem geral, mas isso depende da orientação dada à aplicação dessa faculdade.
A prática mediúnica é, pois, essencial ao bom desempenho de uma instituição espírita e é dever inadiável de todo adepto do Espiritismo estudar a Doutrina e, especificamente, a mediunidade, para superar os riscos que se encontram no caminho de sua prática, a fim de que possa a instituição cumprir seu papel fundamental.
Allan Kardec observa que “Os que se reúnem com um intento comum formam um todo coletivo, cuja força e sensibilidade se encontram acrescidas por uma espécie de influência magnética, que auxilia o desenvolvimento da faculdade.”.A disposição de dedicar-se à tarefa da mediunidade nasce de motivações diversas, mas compreende-se ser essa disposição o movimento inicial que permitirá o desenvolvimento do trabalho, ela é o intento comum de que fala Kardec. Os Espíritos serão atraídos pelo concurso das vontades manifestadas pelos encarnados, entretanto, para que se realizem os propósitos de que estão animados os participantes, outras condições são exigidas, pois, numa casa espírita, pretende-se que haja um direcionamento do potencial mediúnico em sintonia com as fontes do bem.
Na educação da mediunidade, o estudo exerce um papel fundamental, pois favorece a aquisição do conhecimento da Doutrina Espírita, que possibilitará ao participante do grupo analisar adequadamente os fenômenos que serão produzidos posteriormente. Além do estudo, destaca-se a necessidade de se criarem condições favoráveis à construção da identidade do grupo. De início, as pessoas se reúnem e são simplesmente um amalgama de seres. Em geral, observam-se entre elas rudimentos de faculdades que emergem no dia-a-dia, revelando um potencial que pede o esforço do indivíduo para tornar-se útil às finalidades que se pretende na casa espírita. Mesmo quando a mediunidade já se apresenta ostensiva, é importante a preocupação com a constituição da equipe de trabalho, cujo clima vibracional intervirá no exercício da faculdade que o indivíduo possua. O grande desafio será a constituição do grupo como um todo em que se consolidem irradiações favoráveis à ação dos mentores espirituais.