sábado, 25 de dezembro de 2010

NATAL

Hoje é o dia em que nossa cultura celebra o Natal de Jesus. A festa é celebrada em família e se inicia no dia 24, pela ceia que reúne familiares em torno da mesa farta e não é raro que seja regada a vinho e outras bebidas. Embaixo da árvore que enfeita a sala, os presentes se acumulam.
Na televisão e nos espaços públicos, avulta a figura de Papai Noel e os jornais televisivos nos dão conta das correrias de última hora para a compra dos presentes.
Esse é o clima que envolve a maior celebração cristã. Surpreendentemente, ontem fiquei sabendo que os países do oriente, que nem são cristãos, incorporaram a novidade e enfeitam também suas ruas e lojas. De fato, os interesses comerciais são os mesmos no oriente e no ocidente. Não há porque estranhar.
Mas existe outra face das celebrações natalinas que não aparece muito na mídia. Trata-se da ação de grupos que se organizam para levar um pouco de alegria aos que permanecem às margens do consumismo, por falta de recursos. Os grupos espíritas estão entre esses que se mobilizam para levar brinquedos e mantimentos às pessoas carentes. Essas festas são sempre muito alegres, com música, abraços e guloseimas.
Toda essa movimentação cria em torno de nós uma energia diferente. Ainda que o aniversariante, às vezes, acabe ocupando um lugar menos proeminente, a energia desses dias fala de alegria, de um desejo de doar algo a alguém, de disposição para reunir as pessoas mais chegadas e apertar laços de afeição.
Penso que Jesus nos olha e sorri com a nossa forma curiosa de celebrar a data que marca o seu nascimento, sem nos lembrarmos da essência de sua mensagem, muitas vezes. Ele, que caminha tão à nossa frente na jornada evolutiva, deve perceber que, no jeito infantil que podemos, estamos lhe dizendo que, de alguma forma, seus ensinamentos encontraram um pequeno espaço em nós e estamos dispostos a compartilhar nossa vida com os outros, construindo uma maneira mas amigável de estar neste mundo, por vezes, tão hostil.
Isso não deixa de ser bastante esperançoso. Que possamos mergulhar nesta energia de paz que, apesar de tudo, manifesta-se, para plenajar um Novo Ano de mais realizações e mais crescimento!
FELIZ NATAL A TODOS!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Uma novidade está no ar

A Rádio Espírita Capixaba é a novidade que está no ar. Essa é mais uma iniciativa que objetiva a divulgação do Espiritismo pela Internet. A ideia foi de Francisco Mamed e a rádio está disponível em cerca de 36 sites que trabalham com divulgação de modo geral, mas seu endereço oficial é www.radioespirita.net.br. Por enquanto, ela coloca à disposição do ouvinte músicas, reflexões e os seguintes programas:
Vamos Dar As Mãos - Julio David Archanjo - às segundas-feiras, às 12h
Estudando a Mediunidade - Eliomar Borgo e Graça Cypriano - às segundas-feiras, às 22h30
Aprendendo o Espíritismo - José Carlos Fiorido - às quartas-feiras, às 17h
Notícias do Espiritismo - Roberto Damaceno - às sextas-feiras, às 19h
Melhor é Viver em Família - Dalva Silva Souza - às sextas-feiras, às 9h
Canal Espírita Federativo - Cristina Batistuta Novaes - aos sábados, às 18h
Terapia do Perdão - Aloísio Silva - aos domingos, às 9h
Acordes - Elza Valadão Archanjo - aos domingos, às 21h.
Cultura Espírita - Marcos André da Gama Bentes - às terças-feiras, às 22h.
O ouvinte pode interagir durante os programas, fazendo perguntas pelo chat. Para interagir, fazendo pergunta é necessário que o ouvinte acesse a rádio pelo seu site oficial.
Estou também, como se pode observar, participando desse projeto, com o programa Melhor é Viver em Família. A ideia é analisar as questões ligadas ao grupo familiar à luz do Espiritismo. Esta semana foi ao ar meu sexto programa e estivemos discutindo os efeitos perniciosos do egoísmo nas relações familiares. Já focalizamos em programas anteriores o conceito de família, a escolha do companheiro ou companheira para a constituição do lar, as dificuldades na interação do casal, o divórcio e como prosseguir convivendo depois da separação.
Percebemos que a tecnologia nos permite superar obstáculos antes intransponíveis. No meu programa desta semana, havia pessoas de Mato Grosso participando e já soube de companheiros do sul do ES que também estão acompanhando a novidade.
Participe você também!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ESPIRITISMO NA EUROPA

Estive em Treviso, no dia 29 de agosto, para proferir uma palestra sobre Os Caminhos do Amor, trabalho que desenvolvi em 1995/1996 e foi publicado pela FEB. O grupo que visitei se chama Camino Della Luce e é coordenado por Dilza Zamprogno, uma brasileira paulista que está por um tempo aqui na Itália. O grupo funciona na casa de uma família brasileira. Dilza fez uma boa divulgação da palestra por e-mail, e mais de 25 pessoas estiveram presentes no dia do encontro, muitas vindas de outras cidades, em busca desse momento de troca de energia e reflexão doutrinária, que o Espiritismo nos possibilita..
A oportunidade de conhecer grupos espíritas fora do Brasil tem-nos mostrado o quanto cresceu o Espiritismo no Brasil e como nós, brasileiros, podemos contribuir para que esta mensagem consoladora alcance outros corações em torno do mundo. Já pude conhecer grupos espíritas na Holanda, em Portugal e, agora, aqui na Itália, onde estou por um tempo em visita ao meu filho que reside em Trento, para desenvolvimento dos seus estudos de doutorado em Ciência da Computação.
Excluindo Portugal, cujo movimento é composto predominantemente por portugueses, nos demais são brasileiros que vêm trabalhando para que a Doutrina Espírita possa ser conhecida.
No panorama mundial, cada nação tem o seu papel. Cada tempo marca a entrada de uma delas no cenário da História. Conhecemos a importância da Grécia na organização dos símbolos democráticos; o desempenho marcante de Roma nas realizações do Direito e da Política; o papel da França na definição dos direitos humanos; a contribuição dos Estados Unidos e da Rússia para o avanço tecnológico. Desde a primeira metade do século passado, vêm os amigos espirituais informando os altos planos da Espiritualidade em relação ao trabalho que cabe ao Brasil.
Humberto de Campos, pela psicografia de Chico Xavier, escreveu “Brasil – Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, recriação literária de aspectos da intervenção dos Espíritos na vida terrena, que ilustra o que ensina O Livro dos Espíritos (questão 459). O conhecido escritor, nesse trabalho, conscientiza-nos do projeto que está delineado no Mundo Maior acerca dos destinos da nação brasileira. Muito se tem discutido e polemizado a respeito desse tema e observamos que muitas pessoas não percebem a essência da proposta que a narrativa contém. O livro não deve ser lido com se contivesse o relato de um historiador, ele é, na verdade, um chamamento. Pela linguagem literária, recria-se o espaço ficcional em que podemos movimentar-nos, viajando por lances da História, de uma maneira nova e criativa, percebendo que os homens são instrumentos, mais ou menos ajustados, das forças espirituais que nos cercam, e, assim, são chamados a contribuir para que se consolidem as metas previstas pelos Espíritos Superiores. O que temos visto na Europa parece-me confirmar a informação dos Espíritos a respeito da tarefa que cabe ao povo brasileiro no cenário mundial.
Certamente, nós, brasileiros, estamos sendo chamados a cuidar de muitas coisas relacionadas à transitoriedade da vida material, mas, como espíritas, já sabemos que somos Espíritos imortais com objetivos muito mais amplos e precisamos desenvolver o trabalho que de nós esperam nossos mentores. Sem essa determinação, o Brasil não cumprirá a missão que lhe cabe. O chamamento nos atinge de maneira muito forte. Se você também sente a possibilidade de contribuir, não a deixe passar. Caso não possa, lembre-se de apoiar com suas orações aqueles que estão nessas frentes de trabalho. Emmanuel, ao estimular-nos à cooperação, compôs bela página em “Fonte Viva” (lição 146), que finaliza assim:
“Por hoje, talvez te enganes, supondo servir às autoridades terrestres, no entanto, chegará o minuto revelador no qual reconhecerás que permaneces a serviço do Senhor. Une-te, pois, ao Divino Artífice, em espírito e verdade, porque o problema fundamental de nossa paz é justamente o de saber se vivemos nele tanto quanto ele vive em nós.”

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Prática Mediúnica na Casa Espírita

Uma das tarefas de maior importância das instituições espíritas é a de orientar a prática da mediunidade, porque essa é uma faculdade inerente ao Espírito e pode manifestar-se em qualquer pessoa, independentemente da sua filiação religiosa. A manifestação da potencialidade mediúnica ostensiva pode produzir distúrbios do comportamento psicológico, orgânico ou mental e, se não houver a devida orientação, poderá provocar perturbações consideráveis na vida do indivíduo, envolvendo também sua família. A mediunidade é um instrumento de trabalho, cuja finalidade é levar o indivíduo ao progresso, pela contribuição que pode oferecer ao bem geral, mas isso depende da orientação dada à aplicação dessa faculdade.
A prática mediúnica é, pois, essencial ao bom desempenho de uma instituição espírita e é dever inadiável de todo adepto do Espiritismo estudar a Doutrina e, especificamente, a mediunidade, para superar os riscos que se encontram no caminho de sua prática, a fim de que possa a instituição cumprir seu papel fundamental.
Allan Kardec observa que “Os que se reúnem com um intento comum formam um todo coletivo, cuja força e sensibilidade se encontram acrescidas por uma espécie de influência magnética, que auxilia o desenvolvimento da faculdade.”.A disposição de dedicar-se à tarefa da mediunidade nasce de motivações diversas, mas compreende-se ser essa disposição o movimento inicial que permitirá o desenvolvimento do trabalho, ela é o intento comum de que fala Kardec. Os Espíritos serão atraídos pelo concurso das vontades manifestadas pelos encarnados, entretanto, para que se realizem os propósitos de que estão animados os participantes, outras condições são exigidas, pois, numa casa espírita, pretende-se que haja um direcionamento do potencial mediúnico em sintonia com as fontes do bem.
Na educação da mediunidade, o estudo exerce um papel fundamental, pois favorece a aquisição do conhecimento da Doutrina Espírita, que possibilitará ao participante do grupo analisar adequadamente os fenômenos que serão produzidos posteriormente. Além do estudo, destaca-se a necessidade de se criarem condições favoráveis à construção da identidade do grupo. De início, as pessoas se reúnem e são simplesmente um amalgama de seres. Em geral, observam-se entre elas rudimentos de faculdades que emergem no dia-a-dia, revelando um potencial que pede o esforço do indivíduo para tornar-se útil às finalidades que se pretende na casa espírita. Mesmo quando a mediunidade já se apresenta ostensiva, é importante a preocupação com a constituição da equipe de trabalho, cujo clima vibracional intervirá no exercício da faculdade que o indivíduo possua. O grande desafio será a constituição do grupo como um todo em que se consolidem irradiações favoráveis à ação dos mentores espirituais.

terça-feira, 18 de maio de 2010

FALANDO DE MEDIUNIDADE, ACHEI QUE PODERIA INTERESSAR UMA MENSAGEM RECEBIDA HÁ DEZ ANOS, MAS QUE PERMANECE ATUALÍSSIMA.

Na noite de 4/4/2000, no Teatro Carlos Gomes, durante homenagem prestada a Bezerra de Menezes pela passagem dos 100 anos de sua desencarnação, solicitaram-me colocar-me à disposição como médium e foi com emoção indescritível que captei o seguinte texto:

TRABALHAR SEM ESMORECER

Amados Filhos:

O coração transborda de alegria. Estejamos sempre assim, unidos, na busca da paz que o Senhor Jesus nos legou. O Mestre amado envolva a todos em suas inexcedíveis vibrações de carinho, para que em cada coração desperte o desejo de entrelaçar as mãos e iniciar a caminhada de realizações que nos aguardam. Unidos, seremos a fonte de consolo capaz de dessedentar os que gemem e choram sob o guante da dor, nestes tempos de transformações.
“Ide e pregai” – disse Jesus - convidando-nos ao trabalho de difusão da Boa Nova.
“Alegrai-vos” - disse-nos ainda – “pois que é chegado o Reino de Deus”.
O Reino está em nós e a pregação da mensagem cristã deve despertar o homem do milenar sono da acomodação, a fim de que inicie a tarefa que lhe cabe na renovação de si mesmo.
“Ide e pregai! Buscai primeiramente as ovelhas perdidas da casa de Israel.”
Naqueles tempos, o povo judeu fora escolhido para receber a consoladora visita do Cristo, porque mantinha a crença no Deus único. Esse povo encontrava-se, contudo, segmentado em inúmeras facções. A orientação do mestre encarecia a importância de que se unisse a família monoteísta, para que a força da união resultasse na possibilidade de propagação da Boa Nova aos demais membros da família humana.
Hoje, também, faz-se necessário buscar a união. Unamos a família espírita, alcançando a todos aqueles que já se encontram preparados pela certeza da sobrevivência e da comunicabilidade da alma. Unamo-nos pelo comportamento amoroso, pela compreensão, pela tolerância. Tenhamos a certeza de que cada um é valioso componente na equipe, para constituir o conjunto que fortalecerá o propósito renovador a realizar-se, primeiramente, em nós mesmos e, depois, ganhar a comunidade.
Grandes são, filhos meus, os obstáculos que se colocam a essa realização. Não são poucas as pedras que se espalham na estrada dos que buscam os objetivos sublimes que a Doutrina Espírita propõe. Pensamos nós, muitas vezes, serem os obstáculos provenientes daqueles que se encontram na retaguarda. Armamo-nos em defesa, acreditando-nos perseguidos por invisíveis adversários. Digo-lhes, todavia, amados filhos, que os grandes obstáculos estão dentro de nós mesmos.
A perseverança deverá levar-nos à vitória que almejamos. Atentemos para as vozes que clamam na intimidade. Façamos o silêncio interior, para ouvi-las. Elas nascem de nós, porque as Leis de Deus estão inscritas na nossa consciência. Ouvindo-as, alcançaremos o conhecimento dos verdadeiros motivos pelos quais ainda não atendemos ao amoroso convite de Jesus. Nos tempos primeiros, ao ouvirmos as recomendações do Mestre, acreditávamos que suas palavras nos incitassem às lutas armadas, para implantar, a ferro e fogo, o Reino, destruindo aqueles que se nos opusessem. Hoje, com as luzes do Consolador, entendemos, enfim, que a paz não pode ser conquistada pela luta de irmão contra irmão. Hoje, podemos atender ao chamamento.
“Ide e pregai.”
Não há que abandonar família e afazeres cotidianos...
Não há que colocar-se na estrada do mundo, munido de bordão e farnel...
Não há que instalar-se em praças públicas, alardeando aos quatro cantos as mensagens...
Mas há que arregaçar as mangas e unir as forças, oferecendo cada um o seu talento – belo pela sua diversidade. Pela complementação que resulta da soma das diferentes habilidades, cumpriremos a grandiosa tarefa da divulgação cristã:
Uns escrevem, outros ensinam... Aqui, movem-se campanhas de alimentos, acolá orientam-se os passos vacilantes dos pequeninos desamparados... Estes amparam os velhinhos cansados, aqueles secam as lágrimas aos que cerraram os olhos de seus entes queridos com os corações dilacerados de dor... Alguns alimentam os famintos, outros vestem os desnudos...
“O que fizeres a cada um dos mais pequeninos, a mim o fizestes.”
Filhos meus, a paz do Cristo se conquista com o trabalho sem esmorecimento. Estamos aqui, ombreando com todos vocês, corações repletos de alegria em prece de gratidão ao Pai. Unamo-nos aos propósitos de Jesus.
O abraço do servidor humílimo de sempre

Bezerra

domingo, 2 de maio de 2010

Doutrina Espírita e Mediunidade


As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal. Essas comunicações dos Espíritos com os homens podem ser ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, pela ação de médiuns que servem de instrumentos aos seres invisíveis.
Quando a mediunidade se apresenta com caráter ostensivo na vida de uma pessoa, ainda que não esteja presente o conhecimento da Doutrina Espírita, podemos pressupor a existência de um planejamento anterior à encarnação, para utilização desse potencial para o bem da coletividade. É bom saber que os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem agir com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Somos nós, portanto, que definimos de que maneira queremos usar o potencial que possuímos.
Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, sem qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, trivial e até grosseira. Dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem às suas custas, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falsas esperanças.
A Doutrina Espírita pode orientar aqueles que nasceram com a predisposição para o transe mediúnico, oferecendo-lhes todos os subsídios, para a aplicação adequada da mediunidade. Jesus afirmou que nos enviaria um Consolador, para lembrar seus ensinos e acrescentar outros esclarecimentos que, àquela época, não conseguiríamos compreender, devido à falta de pré-requisitos. Na época prevista, Allan Kardec se apresentou no cenário do mundo, codificando essa maravilhosa Doutrina que representa a concretização da promessa do Cristo.
A leitura das obras básicas do Espiritismo nos ensina que a moral dos Espíritos que se incumbiram de trazer aos homens o Consolador se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio, encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações. Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste mundo, desliga-se da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, avizinha-se da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil, de acordo com as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo; que o Forte e o Poderoso devem amparo e proteção ao Fraco, porquanto transgride a Lei de Deus aquele que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante. Ensinam, finalmente, que, no mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será desmascarado e patenteadas serão todas as suas torpezas; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra. Mas ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.
Busquemos nessas reflexões, que resultam dos ensinamentos dados pelos Espíritos superiores, recursos para traçar um plano consistente de educação e aplicação do nosso potencial, seja ostensiva ou latente a nossa comunicação com a dimensão maior da vida, a fim de que possamos ser peças ajustadas na engrenagem que está em ação no mundo, objetivando a construção da paz com que tanto sonhamos.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

CONSTRUINDO A RELIGIOSIDADE

O homem primitivo interpretava a natureza em termos exclusivamente humanos, aplicando ao exterior as noções rudimentares que possuía e dando forma humana aos elementos naturais (antropomorfismo). Como explica Herculano Pires, o processo de adoração naquele momento era rudimentar, o homem adorava a si mesmo nas coisas exteriores. O antropomorfismo se explicaria mais facilmente, se considerássemos a ocorrência dos fenômenos paranormais naqueles tempos tão recuados. Quando observamos o relato bíblico da sarça ardente, podemos ter um exemplo de fatos que levassem as criaturas primitivas à adoração de elementos minerais ou vegetais. O processo de adoração se desenvolveu, pois, a partir do reino mineral, a litolatria (adoração de pedras, rochas e relevos do solo), passando pela fitolatria (adoração de plantas), pela zoolatria (adoração de animais) e chegando ao politeísmo mitológico, em que figuras humanas surgem como deuses. Todo o processo nasce do sentimento de existência da divindade inato no homem, mas se consolida, porque esse homem primitivo tinha contato com forças estranhas, vivenciava fatos supranormais, produzidos por agentes espirituais1.
Na seqüência do processo evolutivo, com o advento da agricultura, a domesticação de animais e plantas, a invenção e o emprego de instrumentos, a criação da riqueza, processaram-se de maneira simultânea com o aumento demográfico e o desenvolvimento mental do homem. Apareceu, nesse momento, a concepção da Terra-Mãe e a do Céu-Pai. O fetichismo se fundiu com o culto dos ancestrais e a Mitologia nasceu da necessidade de racionalização do mundo. Jeová é o nome da divindade que aparece no Velho Testamento. Ele é uma mistura de características humanas e divinas. É um sincretismo da herança tribal com elementos culturais de uma civilização agrária, fundamentado no mesmo sentimento inato da existência de um Ser superior e nas vivências de fatos supranormais.
Nos impérios do Egito, da Assíria, da Babilônia, da China, da Índia e da Pérsia, o humano e o divino se fundiam e se confundiam numa estrutura única. Nasceu aí a classe sacerdotal, racionalmente organizada, os mitos foram elaborados no plano intelectual, estruturou-se o ritualismo, estabelecendo a genealogia dos deuses e as formas de relação entre eles e os homens. A religião refletia o sistema político e social: os deuses compunham algo semelhante ao senado de uma república ou à corte de um monarca supremo. Os oráculos constituíam o centro de orientação da vida política e religiosa. Ao passar por todo esse processo, o homem imprimiu em sua memória profunda registros vigorosos que, ao longo dos tempos, emergiram de um ou outro modo. Jung chamou a esses registros “arquétipos”.
Dos oráculos ao aparecimento dos profetas, avança a humanidade para uma forma de libertação. O homem individualiza-se, pensa, escolhe e julga por si mesmo, libertando-se dos moldes coletivos. Com a individualização, emergiu a crença no Deus único. O advento dessa forma de manifestação da fé preparou terreno para a chegada do Cristo que trazia uma nova concepção de Deus como fundamento de uma revolucionária e libertadora doutrina, que convida o homem à edificação do Reino de Deus na Terra. A evolução da adoração se realiza juntamente com a evolução mental, moral e espiritual do homem, no processo de desenvolvimento econômico-social da humanidade, que prossegue em sua caminhada, cuja meta é atingir a fase superior de adoração do coração, isto é, de prevalência da interiorização do sentimento de religiosidade, numa experiência transcendente que prescinde de objetos e rituais, para realizar-se, conforme ensinou Jesus – a adoração em espírito e verdade.
Nos tempos modernos, assistimos à chegada do Consolador prometido por Jesus - o Espiritismo - que veio relembrar o que o Cristo ensinou e permanecer conosco nesse processo de crescimento espiritual.
Quando atingirmos a fase da adoração ao Pai em espírito e verdade, não precisaremos de templos de pedra, ou de livros sagrados; não teremos que armar-nos para defender nossa maneira particular de adorar a Deus, porque teremos compreendido que isso se faz intimamente e que toda forma de adoração é respeitável quando sincera; teremos alcançado a liberdade de pensar por nós mesmos e tomaremos as rédeas da nossa própria existência, eliminando de nós os resíduos do fanatismo religioso. Se esse roteiro se apresenta a você como racional e lógico, por que não tomar uma atitude consciente, libertar-se de vez de todas as amarras e buscar o desenvolvimento dos germes de seu próprio aperfeiçoamento?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

CENTENÁRIO DE CHICO XAVIER.

O lançamento de "Chico Xavier, o Filme" com todo o seu sucesso de bilheteria colocou o Espiritismo na mídia como nunca antes acontecera. Por aí podemos ter uma pequena mostra da importância de Chico Xavier no contexto do Espiritismo.
O “Projeto Centenário de Chico Xavier” aprovado pelo CFN para realizar-se este ano, incluiu o 3º Congresso Espírita Brasileiro que se realizou em Brasília, de 16 a 18 de abril, com o objetivo de enfatizar a obra de Chico Xavier e contribuir com a memória de sua atuação. O Congresso trouxe emoções indescritíveis e a oportunidade de avaliar de modo mais concreto a grandiosa contribuição do querido e saudoso médium mineiro para a divulgação da Doutrina Espírita. A Federação Espírita do Estado do Espírito Santo, onde atuamos, também vem desenvolvendo várias ações em homenagem ao Chico neste ano.
Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, em 2 de abril de 1910 e, este ano, portanto, completaria 100 anos de idade, se ainda estivesse entre nós. A celebração do seu centenário é uma forma de demonstrar a consciência que temos da importância dele para todos nós, que podemos encontrar, em sua vasta obra psicografada, uma fonte imensa de conhecimentos, além de contarmos com os exemplos que ele nos deixou de uma vida dedicada aos ideais espírita-cristãos.
Chico teve uma infância difícil, problemas orgânicos acompanharam-lhe a mocidade e a madureza, mas isso não o impediu de cumprir sua missão de amparo aos necessitados. Ricos e pobres, velhos e crianças, homens e mulheres de todos os níveis sociais encontraram, no homem e no médium Chico Xavier, a luz do conhecimento e da bondade. O trabalho duro foi uma realidade na vida de Chico que, apesar de tantas obras publicadas, vivia da modesta aposentadoria de funcionário público, desde 1958. Seu primeiro contato com o Espiritismo aconteceu no dia 7 de maio de 1927, e seu mandato mediúnico se iniciou publicamente em 8 de julho de 1927, em Pedro Leopoldo. Em 1931, viu, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual. Mais tarde, transferiu-se para Uberaba, onde viveu até o final de sua existência.
"Parnaso de Além-Túmulo" foi o primeiro livro que psicografou. Publicado em 1932 pela FEB, é uma obra que reúne poemas de autores brasileiros e portugueses já desencarnados. Depois, centenas de autores espirituais psicografaram livros, abarcando os mais diversos assuntos, entre poesias, romances, contos, crônicas, história geral e do Brasil, ciência, religião, filosofia, literatura infantil etc. Várias dessas obras estão traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, francês, inglês, japonês, grego e muitas foram adaptadas para encenação no palco e sob a forma de radionovelas e telenovelas. E vem aí uma grande produção cinematográfica: Nosso Lar, filme baseado no primeiro livro da série André Luiz, que promete também emocionar o público e provocar grandes debates sobre a Doutrina Espírita.
Mas cremos que nada pode falar melhor do nosso querido Chico Xavier que seus exemplos de caridade, perdão, fé, humildade e seus diálogos fraternos, enfim, sua vivência evangélica, num trabalho diário de edificação e levantamento de espíritos. Seus exemplos poderão inspirar-nos também a consagrar nossa vida ao trabalho cristão, para fortalecer a família brasileira, construindo, na força da união, a capacidade de solucionar os problemas que ainda impedem a consolidação de uma ordem social mais justa e fraterna em nosso país.

sábado, 10 de abril de 2010

A DOUTRINA ESPÍRITA E O MOVIMENTO ESPÍRITA

“As ideias religiosas, longe de perderem alguma coisa, se engrandecem, caminhando de par com a Ciência”.
(Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, cap. III).

“Se lhe demonstrarem que está em erro acerca de um ponto, ela se modificará nesse ponto”.
(Idem, “Obras Póstumas”, pág. 350, ed. FEB).


O homem é um animal que cria cultura e vive nela imerso, sofrendo limitações decorrentes do fato de que um sistema cultural é criação coletiva e, uma vez consolidado, tende a manter-se inalterado, contrariamente ao movimento dinâmico do progresso. Os diferentes setores da cultura formam o complexo conjunto dos conhecimentos e atividades humanas: ciência, técnica, religião, política, economia, moral, lazer, arte.
Esporadicamente, Deus envia à Terra missionários com a função de fazer avançar as coletividades. Esses Espíritos, embora possam ser individualidades de grande envergadura espiritual, no embate contra a cultura, perdem, são eliminados como perigosos ou subversivos. Até mesmo Jesus, o Espírito mais perfeito que Deus enviou à Terra, sofreu os prejuízos da luta contra a estrutura cultural do povo em que nasceu, o povo judeu. Ao longo dos anos que se seguem à vinda desses missionários, contudo, a semente que plantam, acaba por germinar, ocasionando profundas transformações culturais. Assim, vai aos poucos a Humanidade avançando rumo a sua destinação.
A Doutrina Espírita veio, conforme havia prometido Jesus, com a finalidade de relembrar seus ensinos e ensinar aquilo que ao seu tempo Ele não pode nos dizer. Surgiu como ciência, porque partiu da observação dos extraordinários fenômenos ocorridos no século passado, como a movimentação de objetos pesados, a materialização de objetos ou seres, a tiptologia e outros. Da observação dos fenômenos, pela indução, chegou-se à descoberta de leis que compõem um código moral. Conforme bem assinala Allan Kardec “o Espiritismo amplia o domínio da ciência e é nisso que ele próprio se torna uma ciência; como porém a descoberta desta nova lei traz consequências morais, o código das consequências faz dele, ao mesmo tempo, uma doutrina filosófica”.
Em seu aspecto científico, o Espiritismo trata de uma ordem diferente de fenômenos, os fenômenos espirituais e de suas implicações morais. Antes de tratar dos temas mais importantes sobre o Espírito imortal e chegar aos postulados espíritas, em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec formulou várias questões sobre os elementos constitutivos do Universo e algumas de suas características. Fazendo uma análise comparativa entre as respostas dadas pelos Espíritos e os avanços da Ciência, especialmente da Física, concluímos que estes anteciparam a Kardec várias verdades que só mais tarde, no decorrer do século seguinte, seriam verificadas pelo desenvolvimento da Ciência humana.
Em geral, os Espíritos deixam ao homem os avanços do conhecimento científico pelo seu esforço e mérito. Mas as revelações nos chegam de Cima, a partir da ação dos Espíritos superiores, para que possamos conhecer a realidade, com alguma antecipação, com vistas à marcha mais acelerada do progresso.
A Doutrina não nasceu, portanto, como uma religião. A religiosidade que ela institui é natural, nascida da convicção que o seu estudo propicia, porquanto os conhecimentos que ela possibilita confirmam os princípios em que se fundamentam todas as religiões. Seu estudo deveria ocupar lugar de destaque nos meios acadêmicos e os resultados desse estudo acabariam por gerar uma nova visão de mundo, renovadora das instituições sociais. Mas a ciência oficial rejeitou as conclusões espíritas, mantendo uma postura cética e, algumas vezes, não científica em relação a isso. As religiões instituídas também se posicionaram contra a Doutrina de maneira até mesmo violenta, obrigando seus adeptos a criarem instituições nas quais pudessem estudá-la e desenvolver as práticas que ela recomenda.
O Movimento Espírita é, pois, um movimento criado pelos homens. Na França, onde nasceu, a Doutrina não se desenvolveu, mas aqui no Brasil, sim. Os primeiros grupos espíritas surgiram ainda no século XIX. A Federação Espírita Brasileira, instituição coordenadora do movimento em âmbito nacional, foi instalada a 2 de janeiro de 1884. Seu presidente atual é o Sr. Nestor João Masotti.
Em decorrência da Grande Conferência Espírita do Rio de Janeiro (Pacto Áureo), realizada em 5 de outubro de 1949, surgiu o Conselho Federativo Nacional, destinado a orientar o Movimento Espírita Brasileiro. O Conselho instalou-se em 1º de janeiro de 1950, representa a concretização dos próprios ideais do Espiritismo — o entendimento, a fraternidade, a união, o trabalho útil e desinteressado, o auxílio mútuo, a solidariedade e a tolerância entre instituições e seguidores da Doutrina Consoladora. A fraternidade entre as instituições e a preocupação com o Centro Espírita e seu funcionamento produziram estudos aprofundados do CFN, dos quais resultaram uma firme orientação às Casas Espíritas, iniciando-se uma nova fase para a evangelização de crianças e jovens e novas metodologias para o estudo da Doutrina. Funciona o CFN normalmente, achando-se empossados e em pleno exercício das respectivas funções conselheiros designados pelas instituições de cunho estadual. Para melhor gerenciamento das ações, as instituições federativas estaduais estão também agrupadas em Conselhos Regionais que se reúnem anualmente com a Diretoria da FEB, para avaliação de tarefas e troca de experiências:

1.COMISSÃO REGIONAL NORDESTE
2.COMISSÃO REGIONAL SUL
3.COMISSÃO REGIONAL NORTE
4.COMISSÃO REGIONAL CENTRO

Concomitantemente com as Reuniões Ordinárias das Comissões Regionais realizam-se, com temas próprios, as reuniões das seguintes áreas: Infância e Juventude, Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, Comunicação Social Espírita, Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita, Atividade Mediúnica e Atendimento Espiritual.
O Espiritismo não veio para os espíritas, veio para a Humanidade! Os espíritas somos os novos seareiros que temos o papel e o dever de exemplificar aos homens a fé raciocinada, a bondade, a fraternidade e o amor crístico, mas o ser humano alcançará seu entendimento sobre a realidade do Espírito e suas consequências também pelo esforço da própria Ciência, conquistando a crença definitiva desta realidade, revelada antes pela Doutrina, e estendendo a luz desse conhecimento ainda mais além.
E o Movimento Espírita resulta da organização elaborada pelos homens, para estudo e difusão da Doutrina Espírita. Sendo criação humana, as instituições espíritas também têm falhas como qualquer outra instituição administrada por seres humanos que são a encarnação de Espíritos imperfeitos. Cada um de nós, adeptos do Espiritismo, precisa assumir sua responsabilidade no desenvolvimento das atividades espíritas, porquanto não há no Espiritismo corpo sacerdotal hierarquizado para incumbir-se delas, como acontece em outras religiões. E, participando dessas atividades, precisamos nos preocupar com duas questões fundamentais: manter fidelidade aos princípios estabelecidos na codificação kardequiana e desenvolver em nós a fraternidade legítima, para que possamos eliminar as dificuldades e obstáculos que se apresentam na interação com outros componentes da equipe humana encarregada das tarefas múltiplas que uma instituição espírita mantém.
O público vai conhecer o Espiritismo por intermédio da nossa ação, que precisa ser organizada, visar a uma meta comum, mas também precisa ter o calor do sentimento. É criando a dinâmica amorosa que produziremos o ambiente de paz e alegria, capaz de atrair aqueles que ainda não se motivaram para a participação ativa nas fileiras de trabalho. Jesus afirmou que seus discípulos seriam conhecidos por muito se amarem. É pela atitude franca e aberta que demonstraremos a fraternidade que nos une e nosso amor à causa que abraçamos. Pensemos nisso!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Consolador Prometido

Jesus de Nazaré esteve na Terra há quase dois mil anos atrás, deixando-nos seu Evangelho como roteiro de iluminação interior. Sua tarefa junto a nós, contudo, não se resume àqueles poucos anos de sua pregação; ao contrário, como responsável pela educação dos Espíritos que habitam este mundo, enviou, em todos os tempos e a todas as culturas, mensageiros com o propósito de esclarecer e orientar os homens.
Dentre esses emissários, destacou-se Moisés, incumbido de dirigir o povo hebreu nos primórdios de sua organização social e política, preparando o terreno, para que, mais tarde, ele mesmo, Jesus, viesse trazer sua mensagem. Moisés consolidou a crença no Deus único (1ª revelação), base sobre a qual Jesus edificaria seu ensino de que esse Deus é Pai de todas as criaturas, ama-nos a todos igualmente e nos reserva futuro glorioso de plenitude e paz (2ª revelação).
Seria um grande erro, pois, pensarmos que a tarefa do Mestre se limitasse àqueles tempos da Palestina. Ele esteve atento aos destinos humanos desde o princípio e sabia que não seria fácil para os homens o caminho da evolução espiritual, por isso prometeu que enviaria mais tarde um Consolador (João, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26), para relembrar o que Ele dissera e nos ensinar todas as coisas que não poderiam ser entendidas naquele tempo. O Consolador prometido por ele seria, pois, a 3ª revelação.
Em sua promessa, Jesus menciona o Espírito de Verdade que o mundo não vê e não conhece, mas que viria para estar eternamente entre nós. Analisando o texto da promessa, percebemos que Jesus já antecipava os descaminhos do homem em relação à mensagem que estava deixando. Se alguém seria enviado, para lembrar coisas que Jesus dissera, isso ocorreria, porque os homens teriam esquecido esses ensinos; e se viria para ensinar todas as coisas, é porque Jesus não pode ensinar tudo quando esteve aqui, por faltarem aos homens os pré-requisitos para o entendimento mais profundo da realidade. Se o Consolador viria para estar eternamente conosco, ele não poderia se apresentar como um ser encarnado, porque o corpo físico é perecível. Deduz-se, portanto, que o Espírito de Verdade precisaria de outra maneira de estar conosco, sem ser pela encarnação em um corpo material.
Em 1857, um livro foi publicado na França: “O Livro dos Espíritos”. Significativo grupo de entidades espirituais assumem a autoria das respostas às 1018 perguntas formuladas pelo eminente pedagogo francês Léon Hyppolite Denizard Rivail, que o assina com o pseudônimo Allan Kardec. Encontramos nesse livro a base lógica e racional, para os ensinos do Cristo. A mais luminosa dessas entidades espirituais, sob cuja liderança estão todas as outras que contribuíram para a composição do livro se identifica como Espírito de Verdade. Eis que o Consolador já está na Terra. Foi cumprida a promessa do Cristo.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Vamos refletir sobre Espiritismo?

Se este assunto interessa a você de alguma forma, este é um espaço que lhe pode oferecer a oportunidade de entrar em contato com as reflexões de quem nasceu em família espírita e, até hoje, tem a Doutrina como centro de interesse de sua vida. Que tal o convite para acompanhar-me nesta caminhada pelo mundo das ideias sobre asssunto tão palpitante?
Começo, considerando o seguinte: “O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo." (Allan Kardec)
A definição de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, embora situe o Espiritismo como ciência, coloca a Doutrina no contexto das religiões, pois toca no ponto básico de todas elas: a imortalidade da alma. Os Espíritos afirmaram ser Deus “a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”, sendo esse um outro ponto fundamental das religiões. Se somarmos a esses dois aspectos outros ensinos espíritas, tais como:
. a reencarnação,
. a comunicabilidade dos Espíritos,
. a pluralidade dos mundos habitados,
obteremos os temos principais das religiões.
O Espiritismo, forçoso é concluir, trata-se de uma filosofia que, nascida da observação experimental, vem desfolhar os grandes segredos e mistérios religiosos de todos os tempos.
Acredito que, no contexto social, o Espiritismo vai prevalecer por sua força de VERDADE, por seu SABER,pelo CONHECIMENTO que transfere certeza e não apenas crença. As conseqüências morais e religiosas da Doutrina Espírita são inegáveis, portanto não há necessidade da criação de um sistema humano hierárquico de referência, pois que não encontraríamos representantes de Deus por aí. O espírita é religioso, porque entende a sua própria realidade espiritual e reconhece a Paternidade Divina através do raciocínio. O espírita ora a Deus, exatamente porque o reconhece como Pai e Criador.
Já afirmou o Codificador que “o Espiritismo é uma questão de crença pessoal que não pode depender do voto de uma assembleia, porque, mesmo que o voto Ihe fosse favorável, não poderia impor-se às consciências.” A religião verdadeira nasce no coração daquele que, maduro para a vida espiritual, compreende toda a sua realidade de ESPÍRITO IMORTAL em jornada de ascensão. Daí podermos afirmar que o Espiritismo não é A VERDADE, não é A RELIGIÃO e nem MAIS UMA RELIGIÃO, mas sim um conjunto de conhecimentos capaz de despertar no ser humano a religiosidade natural, que nasce do raciocínio, da maturidade do espírito. Como tal, não precisa a Doutrina Espírita que os homens criem dogmas, nem que estabeleçam cultos, nem que a dotem de espírito de sistema, nem que dividam seus adeptos em castas, nem que constituam sacerdócio, rituais, paramentos, sacramentos, santos ou igrejas.Se este assunto interessa a você de alguma forma, este é um espaço que lhe pode oferecer a oportunidade de entrar em contato com as reflexões de quem nasceu em família espírita e, até hoje, tem a Doutrina como centro de interesse de sua vida. Que tal o convite para acompanhar-me nesta caminhada pelo mundo das ideias sobre asssunto tão palpitante?